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10 perigos que a prática do sobrepeso pode causar.


A situação difícil causada pela pandemia, junto com o baixo preço dos fretes, faz com que alguns profissionais desrespeitem a capacidade de carga do veículo visando o lucro. Esta prática, que não traz nenhum benefício, e pode aumentar o perigo de acidentes, ameaçando a vida do caminhoneiro e dos outros usuários das rodovias, como também prejudicar o veículo e tornar as viagens mais caras e demoradas.


Veja 10 perigos que o sobrepeso pode causar:

1. Infração de trânsito

           O sobrepeso é considerado infração de natureza média, prevista no artigo 231, inciso V, do Código Brasileiro de Trânsito, punido com multa no valor de R$ 130,16,  04 pontos na carteira e retenção do veículo, prejudicando o lucro, causando perdas de produtos e de prazos de entrega.

           A fiscalização pode ser feita por equipamento de pesagem (balança rodoviária) com a tolerância de carga em excesso de 5% sobre os limites regulamentares para o peso bruto total (PBT) e peso bruto total combinado (PBTC). E uma tolerância de 10% para excesso nos limites por eixo. Quando a verificação por balança não for possível, a fiscalização será feita mediante análise das notas fiscais.


2. Danos na mecânica do caminhão

        Todo veículo é projetado e montado, com a escolha de peças e componentes com especificações técnicas determinadas, para transportar uma quantidade máxima de peso. Trafegar com sobrepeso exige um esforço maior do caminhão, comprometendo sua mecânica e estrutura, o que causa o aumento do desgaste e diminuição da vida útil dos componentes, exigindo assim uma periodicidade maior na troca de peças e aumentando os gastos com manutenção. Com isso, o caminhão precisará de mais paradas para consertos e revisões, ficando indisponível para o trabalho.

        O peso acima do limite especificado superaquece os freios ao serem acionados, reduzindo sua eficiência e aumentando o tempo de frenagem; também compromete a integridade dos pneus, do chassi, dos engates e do próprio implemento, tornando maior o risco de colisões e tombamentos de carga,  colocando em risco a vida do motorista e das demais pessoas que transitam nas rodovias, e a perda de cargas. E, em caso de acidente por sobrepeso constatado em perícia, o caminhoneiro perde o direito ao ressarcimento da seguradora, arcando sozinho com os custos de consertos, trocas de peças, indenizações e quaisquer outras despesas decorrentes do sinistro.


3. Prejudica a qualidade das rodovias:

           As rodovias também são essenciais para o exercício da profissão sendo, por vezes, negligenciadas pelos próprios caminhoneiros. Afinal, ao trafegar com carregamento mais pesado do que o permitido, o excesso fica mal distribuído nos eixos, que transferem o sobre-esforço para o solo, contribuindo para a degradação mais rápida da pista, aumentando a ocorrência de buracos, rachaduras e desníveis, o que dificulta as condições de tráfego. Dessa forma, as viagens tornam-se mais custosas e demoradas, diminuindo as margens de lucro dos transportadores.

           Esses obstáculos nas vias prejudicam os pneus e outros componentes, aumentando a necessidade de trocas e a possibilidade de quebras mecânicas, como também favorecem o acúmulo de água nos dias de chuva, provocando aquaplanagens e tombamentos. Assim, o risco de acidentes se torna maior, colocando, também, os outros usuários da via em perigo.


4. Diminui a velocidade do caminhão e o tempo de resposta:

           Quando excedido limite de peso, o motor e os outros componentes do veículo perdem a capacidade de responder adequadamente aos comandos do condutor e evitar situações críticas no trânsito. Assim, se uma frenagem de emergência for necessária, por exemplo, será preciso tempo e distância maiores para a parada total do caminhão, pois a massa movimentada está além da capacidade dos freios. Além disso, o próprio motor precisa mudar seu regime de funcionamento, aumentando a rotação necessária para movimentar o veículo em cada marcha, reduzindo as velocidades máximas que o caminhão é capaz de atingir, aumentando o tempo necessário para o percurso.


5. Aumenta o gasto com combustível

         Um dos maiores custos de um frete é o gasto com combustível, e com o aumento dos preços nos postos, essa despesa chega até a inviabilizar financeiramente uma viagem. Assim, ao contrário do que possa parecer, exceder os limites de carga do caminhão pode diminuir as margens de lucro do caminhoneiro, pois o veículo precisará manter maiores rotações para movimentar o peso demasiado aumentando consumo de combustível, algo mais notado principalmente em trechos de subidas, com trânsito lento, obstáculos na via (como lombadas e quebra-molas) ou curvas.


6. Facilita o tombamento da carga e do veículo:

         O transporte de carga acima do limite da capacidade compromete a dirigibilidade, dificultando a execução de curvas e manobras mais delicadas, podendo provocar desequilíbrios e o consequente tombamento dos produtos ou do veículo.


7. Torna maior o risco de acidentes fatais:

       O índice de fatalidade também aumenta nesses casos, pois a própria estrutura do caminhão (chassi, colunas e lataria) e os equipamentos de segurança (como os para-choques, as travas da quinta-roda e o engate do implemento) foram projetados e construídos para suportar uma determinada quantidade de força em um acidente. Se a carga transportada está além do limite estabelecido, a energia gerada é superior ao que podem aguentar, comprometendo a integridade da cabine e a segurança do caminhoneiro.


8. Piora consideravelmente o trânsito:

         Ao tornar as viagens mais lentas, piorando o desempenho do caminhão, o sobrepeso da carga acaba atrapalhando, também, o trânsito. Se levarmos em consideração que uma boa parte das rodovias do país são de pista simples, com poucas áreas de ultrapassagens seguras, a situação fica ainda pior, impedindo por quilômetros que outros veículos desenvolvam velocidades maiores.


9. Acelera a depreciação do caminhão:

       Com tantos desgastes acentuados, trocas de peças e sobre-esforço dos componentes (em alguns casos extremos chegando a comprometer a estrutura do chassi), a depreciação do caminhão se torna mais acelerada. O uso severo do veículo com excesso de carga não consome somente peças de desgaste como coxins, correias, pneus, pastilhas e conjuntos de suspensão, mas também aumenta a deterioração de componentes caros e duradouros, tais como os cilindros do motor, eixos e caixa de transmissão, conjunto da quinta-roda e cubos de roda.


10. Aumenta a emissão dos gases poluentes:

       Outro fator negativo do excesso de peso é o aumento da emissão de gases poluentes, pois será preciso manter rotações mais altas no motor, aumentando o consumo e, consequentemente, a produção de gases resultantes da queima do combustível. Manter o motor trabalhando constantemente em regimes severos pode diminuir a vida útil dos filtros de ar e de exaustão, que precisarão de manutenções e trocas mais frequentes, e caso não sejam revisados com uma periodicidade maior, sua eficiência será comprometida, piorando a qualidade dos gases expelidos pelo caminhão.


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